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A "História de um Caracol que descobriu a importância da lentidão" de Luis Sepúlveda
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HISTÓRIA DE UM CARACOL QUE DESCOBRIU A IMPORTÂNCIA DA LENTIDÃO
de Luis Sepúlveda
Porto Editora, Abril 2014
Ilust. Paulo Galrindo
Infantojuvenil
97 páginas
Sinopse
Os caracóis que vivem no prado chamado País do Dente-de-Leão, sob a frondosa planta do calicanto, estão habituados a um estilo de vida pachorrento e silencioso, escondidos do olhar ávido dos outros animais, e a chamar uns aos outros simplesmente «caracol». Um deles, no entanto, acha injusto não ter um nome e fica especialmente interessado em conhecer os motivos da lentidão.
Por isso, e apesar da reprovação dos outros caracóis, embarca numa viagem que o vai levar ao encontro de uma coruja melancólica e de uma tartaruga sábia, que o guiam na compreensão do valor da memória e da verdadeira natureza da coragem, e o ajudam a orientar os seus companheiros numa aventura ousada rumo à liberdade.
«Tu és um jovem caracol e tudo o que viste, tudo o que provaste, as coisas amargas e doces, tudo isso vai contigo, pesa, e como és tão pequeno esse peso torna-te lento. De que me serve ser tão lento? Não tenho resposta, tu próprio terás de encontrá-la.»
«Assim, explicou-lhe que quando um humano fazia perguntas incómodas, do género "é preciso ir tão depressa" ou "a sério que necessitamos de tudo isso para sermos felizes?, era apelidado de REBELDE.»
História de um Caracol que descobriu a importância da lentidão é uma fábula escrita em resposta à pergunta de um dos netos do autor: "porque é tão lento o caracol?", maravilhosamente ilustrada por Paulo Galrindo que nos consegue transportar para o mundo verde e vagaroso dos caracóis.
Na procura por essa resposta vamos conhecer um caracol curioso e questionador que quer saber o porquê de não ter um nome e quais os motivos da sua lentidão. Mas, a sua curiosidade não é partilhada nem compreendida pelos outros caracóis e ele decide abandonar o prado onde morava com a sua colónia para ir atrás das respostas desejadas.
Durante a aventura o caracol, cruza-se com um mocho e uma tartaruga que lhe dão a conhecer o mundo dos seres humanos e o que aprenderam com eles, acabando por guiá-lo na sua demanda.
Vamos então embarcar numa viagem de descoberta ao longo da qual o nosso caracol se vai encontrar consigo próprio e acabar por valorizar as suas caraterísticas. Descobre o que é a coragem e a determinação na condução da sua antiga colónia a uma nova "casa". E claro, vai ganhar o nome tão desejado.
Classificada como uma obra infanto-juvenil, "História de um Caracol que descobriu a importância da lentidão" vai muito além de uma simples e ternurenta história com animais que falam e é um livro para todas as idades pelo tanto de ensinamentos que podemos retirar.
Com esta fábula despertamos acima de tudo para a importância da lentidão e de um ritmo de vida menos acelerado com menos coisas e mais tempo para desfrutar do que nos rodeia. Mas também nos lembra que a nossa individualidade deve ser valorizada pois faz de nós seres únicos e especiais.
A mim, o Caracol Rebelde mostrou ainda que a curiosidade nos pode levar mais longe, a novos caminhos e que a determinação nos conduz a vencer o medo.
Um livro de leitura rápida e prazerosa que vai enternecer os corações, deliciar com as ilustrações belíssimas e encantar com a coragem e determinação do Caracol Rebelde.
Entrevista ao autor
quando lançou o livro
Luís Sepúlveda (1949-2020) foi um escritor chileno, um contador de histórias que escreveu diferentes géneros literários, desde policiais, a fábulas, romances, contos e crónicas. Estreou-se nas letras em 1969, com "Crónicas de Piedro Nadie" ("Crónicas de Pedro Ninguém") e de forma bem auspiciosa conquistando o Prémio Casa das Américas 1970. Seguiram-se mais de 30 obras, todas elas publicadas em Portugal e traduzidas em mais de 60 idiomas.
Livros como "O velho que lia romances de amor (1988)", "Patagónia Express (1995)", Diário de um Killer Sentimental (1998)" ou "História de uma gaivota e do gato que a ensinou a voar (2008)" fizeram de Sepúlveda um dos autores sul americanos mais lidos no mundo e o mais lido autor chileno, cuja popularidade só pode ser comparada à que havia tido o poeta Pablo Neruda. As suas obras foram galardoadas com vários prémios em muitos países assim como o próprio autor que também foi distinguido.
Para além de romancista, foi também realizador, roteirista, jornalista e ativista político e ambiental.
RECOMENDADO aapreciadores de histórias com animais, pessoas curiosas e questionadoras
REMÉDIO LITERÁRIO paradesacelerar o ritmo e olhar para as coisas com mais vagar, apreender a ter tempo para apreciá-las, valorização das nossas próprias caraterísticas
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Neste caso a sequência deveria ser invertida pois vi primeiro o filme, logo quando estreou no cinema e só depois li o livro e sinceramente já não me lembrava de quase nada, agora voltei a reler o livro e em seguida vi o filme. O CARTEIRO DE PABLO NERUDA (Ardente Paciência) de Antonio Skármeta Editoral Teorema, 1996 Romance 172 páginas O livro é um hino à poesia e as suas belas metáforas, à amizade improvável entre dois homens de mundos distintos e ao puro e arrebatador primeiro amor. Mario Jiménez é um jovem que se torna carteiro em exclusivo do aclamado poeta chileno Pablo Neruda, a viver na Isla Negra e com o qual a pouco e pouco vai desenvolvendo uma amizade, A curiosidade pela poesia do poeta que vai lendo no seu livro "Odes Elementares" e pelo desejo de a compreender e ainda dele próprio a fazer dá origem aos primeiros contactos com diálogos enternecedores entre os dois, pela ingenuidade do carteiro e o sentido de humor do poeta. Na descoberta da po
OS FILHOS DA MÃE Rita Ferro Contexto Editora, Novembro 2000 Romance 222 páginas Sinopse História hilariante de uma família numerosa, disfuncional, que partilha um espaço exíguo e pobre. Com um pai lunático, uma mulher doméstica achinelada, os filhos que vão desde o marialva ao homossexual, passando pela fedelha sobredotada à parelha de gémeos tão bonitos como estúpidos. Até à inesperada cubana, suposta filha de uma anterior relação do pai com quatro filhos pequenos que vai ameaçar as mulheres e erotizar os homens da casa. A todas estas todas personagens ainda se junta um hóspede, aspirante a escritor. « Só os livros que ele tinha justificariam uma anulação papal em qualquer outro matrimónio ; as pilhas amontoavam-se na casa de banho, galgavam os parapeitos e irrompiam das frestas do cimento. Quando eram policiais, romances históricos ou poemas de guerrilha, géneros que ele considerava menores, serviam para sustentar as telhas do telhado sempre que as asnas começavam a
AMAR DEPOIS DE AMAR-TE de Fátima Lopes Esfera dos Livros, Junho 2006 Romance 232 páginas Comprei este livro sugestionada, principalmente pelo título numa altura em que fazia todo o sentido e não saí defraudada quanto à temática. Voltei a relê-lo agora depois de o ter emprestado a uma colega e do relato da sua experiência de leitura me ter despertado a vontade de o relembrar pois nunca digo que não a uma história de ou sobre amor. Reencontrei as histórias de Filipa, Carolina e Teresa que em situações bem diferentes acabam por encarar as experiências de desamor por que passam como verdadeiras aprendizagens. Três mulheres que pegam nas suas dores e se reinventam, encontrando um caminho mesmo que este nem sempre passe pelo reencontro com o amor. Filipa é uma rapariga independente, alegre e activa que se apaixona por um homem misterioso sem saber muito bem porquê nem quais as razões. E a pouco e pouco a sua chama vai-se extinguindo
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