Novidades Desejadas em Português I

Nos últimos meses, muitos têm sido os dias comemorativos relativos á língua portuguesa e seus autores, a 26 de Março comemorou-se o Dia do Livro Português e nos meses seguintes outras datas também fizeram alusão á literatura portuguesa e os seus autores. E foram várias as obras publicadas de escritores portugueses que me despertaram o interesse e a vontade de os trazer cá para casa, desde o ensaio ao romance, com estreias e lançamentos de nomes consagrados.

Comecemos pelos estreantes, a Lénia Rufino que publicou, em Março,  o seu primeiro romance "O Lugar das Árvores Tristes", quem tem tido uma excelente repercussão, ótimas críticas e é nos recomendado pelo escritor João Tordo.

Isabel não tinha medo dos mortos. Gostava de passear por entre as campas do cemitério, a recuperar as histórias da morte daquelas pessoas. Quando a falta de alguma informação lhe acicatava a curiosidade, perguntava à mãe...

Quando esta se recusa a dar-lhe uma resposta sobre uma mulher chamada Eulália, Isabel inicia uma busca por esclarecimentos. Só que ninguém quer falar sobre o assunto e, inesperadamente, Isabel vê-se confrontada com uma teia de mentiras, maldade, enganos e crimes que a levam a compreender o passado misterioso da mãe e a forma quase anestesiada da sua existência.

Um romance de estreia profundamente sagaz e envolvente que faz um retrato do interior português preso na tradição religiosa da década de 1970.

«Ser um leitor voraz dá frutos. E Lénia Rufino é uma leitora voraz que se tornou escritora. A história de Isabel e Lurdes - de uma filha que descobre a mãe através dos seus diários -, desenhada contra o cenário de uma peculiar aldeia portuguesa, faz de O Lugar das Árvores Tristes um belo livro sobre o passado, a memória e os segredos que brotam do fundo das páginas.» João Tordo

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Ainda no âmbito dos escritores menos conhecidos ou pelo menos, menos divulgados, deparei-me com o livro de José Gardeazabal: "Quarentena - Uma História de Amor", um livro de uma grande atualidade ao passar-se nestes tempos de pandemia e confinamento a que estivemos sujeitos. O autor  pretendeu registar emoções  e sensações desencadeadas principalmente pelo primeiro confinamento em que as pessoas não sabiam de facto o que poderia vir a acontecer, sentindo que havia ali literatura, no sentido de uma reação humana única e que não se repetiria e que deveria ser guardar na memória. E tudo isto no contexto de uma história de amor e de intimidade.

Um casal decidido a separa-se e de malas feitas, é obrigado pelas autoridades de saúde a uma quarentena, O seu apartamento transforma-se numa arena de proximidade física e distâncias calculadas, onde os restos da vida amorosa e o trautear de uma pandemia mudam o mundo por dentro e por fora.

A história é contada do ponto de vista do homem do qual ficamos a saber mais, assim como do que sente, no entanto a proximidade com a mulher obriga-o a tentar perceber mais sobre ela numa situação extraordinária

O livro vai sendo pontuado de imagens de acontecimentos que marcaram a história e o mundo alguns deles dados pelos rostos envolvidos que põem em perspetiva a realidade vivida e refletem a  nossa vivência, em tempos de confinamento, de olhar os outros lá fora e no passado através da busca de histórias interessantes.

Um livro que reflete sobre o momento que vivemos e de certa forma ainda continuamos com um olhar provocador sobre uma experiência coletiva num contraste entre a história global e a história pessoal. 

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Ao nível dos nomes consagrados, foi lançado ainda em Março o novo livro do escritor José Luís Peixoto, "Almoço de Domingo", uma espécie de biografia do Comendador Rui Nabeiro, dono dos cafés Delta. Uma espécie de biografia ou antes um romance biográfico, pois embora acompanhemos o seu percurso de vida, a figura principal da narrativa é, segundo o autor, uma personagem visto não estar explicitamente identificada, mas apenas subentendida no texto. 

Um romance, uma biografia, uma leitura de Portugal e das várias gerações portuguesas entre 1931 e 2021. Tudo olhado a partir de uma geografia e de uma família.

É a história de um “homem de 90 anos, que olha para o seu passado e faz um balanço de vida a partir de episódios significativos da sua história pessoal, que em muitos aspetos tocam a do próprio país, mas que tem como referência a história de Rui Nabeiro.

E mais uma vez José Luís Peixoto surpreende pela criatividade da sua narrativa ao estruturar o livro em três partes, em que cada uma corresponde a um dia que se encontram no futuro, embora no livro sejam o presente. São os dias 26, 27 e 28 de Março de 2021, que é o dia em que o Rui Nabeiro real e o ficcional fazem 90 anos. Esse dia é domingo, daí o "Almoço de Domingo” que é o titulo do livro e vai ser o momento em que tudo se cruza, num “final bastante apoteótico”.

Um romance que volta a propor contrastes entre ficção e biografia.

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E saindo da ficção passando para o plano do ensaio sobre a literatura... qual é o viciado em livros que não gosta de uma boa lista de livros recomendados a não deixar de ler? Pois é, ainda em Março foi também publicado : Vamos Ler! Um Cânone para o Leitor Relutante de Eugénio Lisboa que incide apenas na literatura portuguesa.

O critério foi o de serem obras de qualidade ou de escritores simplesmente notáveis, suficientemente atraentes mas que não ofereçam à leitura dificuldades de maior. Pois a ideia é a de atrair os tais leitores relutantes que o autor define como aqueles que leem o mínimo indispensável à sua vida pessoal e profissional mas não buscam o prazer da leitura.

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