21 de setembro de 2020

A Palavra aos Escritores - ANTÓNIO LOBO ANTUNES



ANTÓNIO LOBO ANTUNES
01/09/1942

Prémio Europeu de Literatura 2001
Prémio Ovidio 2003 (atribuído a um autor em reconhecimento de um corpo de trabalho)
Prémio Jerusalém pela Liberdade do Indivíduo na Sociedade, 2005 (concedido a escritores cujo trabalho se destacou na luta pela liberdade no contexto da sociedade atual)
Prémio Camões 2007, o prémio de maior prestígio da literatura em português
Prémio Juan Rulfo 2008 (um dos mais importantes do panorama literário latino-americano)


Um dos escritores maiores da literatura mundial, cujo trabalho literário tem sido, ao longo dos anos, objeto dos mais diversos estudos, académicos ou não, e dos mais importantes prémios, nacionais e internacionais.
Em 1979 publicou os seus primeiros livros, Memória de Elefante e Os Cus de Judas que o transformaram imediatamente num dos autores contemporâneos mais lidos no âmbito nacional. A sua passagem pela Guerra Colonial em Angola entre 1971 e 1973 como médico militar deixa uma marca patente na sua obra e vai consistir um tema central de alguns dos seus livros. 
A obra de António Lobo Antunes encontra-se traduzida em inúmeros países e recentemente foi anunciada a sua edição na prestigiosa coleção Pléiade, uma casa editorial francesa que “reúne as maiores obras do património literário e filosófico francês e estrangeiro”. Publicou 29 romances e cinco volumes que reúnem as suas crónicas publicadas semanalmente na revista Visão. 
O último romance "A Outra Margem do Mar" saiu no final de 2019 e mais uma vez volta a Angola e à guerra colonial, a acontecimentos que foram fulcrais para o desenrolar do conflito. 
Escreve livros há 40 anos, porque não diz não saber viver de outra maneira.

Escrever é escutar com mais força. É só organizar as vozes, é um delírio organizado.
Ás vezes, penso que talvez tenhamos nascido com certo número de livros cá dentro. Se eu não os escrever, a minha vida não tem sentido. 
As pessoas não têm o direito de receber um mau produto, daí trabalhar neles até os considerar bons. Um livro acaba quando a gente sente que o livro está farto de nós. (...) -  Sento-me e tenho de ficar uma hora à espera, a esvaziar, a esvaziar... Depois vem uma palavra... Começar um capítulo é sempre difícil, o arranque é tão, tão difícil. (...) Escrever bem não é escrever uma página, é escrever 300 para ficar uma boa, isto não é um milagre e dá muito trabalho. A excelência vem do trabalho.
A minha vida já está toda nos meus livros. Acabamos por só falar daquilo que, no fundo, conhecemos.

 Excerto de Entrevista de Junho 2019 (Revista Somos Livros da Bertrand)

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