O Amor aos livros e à literatura pela mão de Afonso Cruz

Este ano por aqui o dia da celebração do amor assinala-se na vertente amor à literatura e aos livros através de um pequeno hino a esse mesmo amor bibliófilo escrito por Afonso Cruz e que ressalta a magia que os livros têm de nos envolverem, de nos permitirem viver outras vidas e por vezes de nos fazerem perder nas suas histórias, mais ou menos literalmente.


Prémio Literário Maria Rosa Colaço 2009
OS LIVROS QUE DEVORARAM O MEU PAI
de Afonso Cruz
Editorial Caminho, Maio 2015 (1ª edição 2010)
Infanto-Juvenil
128 páginas



Vivaldo Bonfim amava os livros e a literatura, só pensava neles, lia compulsivamente e um dia de tão concentrado e embrenhado que estava na leitura, entrou livro adentro, perdeu-se, foi devorado pela "A Ilha do Dr. Moreau" de H.G. Wells e nunca mais ninguém o viu. Aos doze anos o seu filho Elias herda a sua biblioteca, o seu reduto literário instalado no sótão da casa da avó e a paixão pelos livros e pela literatura acaba por passar de pai para filho.

Ao mesmo tempo que descobre este novo mundo das letras vai iniciar uma demanda de tentar saber o que realmente aconteceu ao pai através de uma viagem por alguns dos grandes clássicos com um passeio meio fantasioso pela literatura mundial em que as personagens de grandes romances ganham vida, interagem umas com as outras e nos transportam para dentro das histórias, tornando-nos parte integrante do enredo.

Ficamos a conhecer uma variedade de autores e livros, sendo envolvidos mais a fundo em alguns deles como "A Ilha do Dr. Moreau" de H.G. Wells, onde se perdeu o pai do protagonista, "O Estranho Caso do Dr. Jekyll e de Mr. Hyde" de Robert Louis Stevenson, o grande clássico "Crime e Castigo"  de Dostoievski e  ainda "Farehnheit 451" de Ray Bradbury. Uma exploração de parte do universo literário sempre com referências bibliófilas que encantam qualquer bibliófilo.
« Um bom livro deve ter mais do que uma pele, deve ser um prédio de vários andares. O rés do chão não serve à literatura (...) para a literatura há que haver andares empilhados uns em cima dos outros. »
« Há inúmeros lugares onde um ser humano se pode perder, mas não há nenhum tão complexo como uma biblioteca. Mesmo um livro solitário é um local capaz de nos fazer errar, capaz de nos fazer perder. »
Sendo um livro catalogado de infanto-juvenil tem uma linguagem simples, capítulos curtos com títulos que os resumem e um jovem adolescente como personagem principal que nos vai contando as suas aventuras na escola com o seu amigo Bombo à medida que nos leva pela sua viagem literária. E claro deixa uma lição ao mais novos que nunca será de mais os adultos relembrarem.

Um livro repleto de histórias dentro de outras histórias que se entrelaçam, tanto das pessoais como das que são lidas nos livros e no final nos vão construindo e marcando.
« Porque nós somos feitos de histórias, não é de a-dê-énes e códigos genéticos, nem de carne e músculos e pele e cérebros. É de histórias. »
O amor aos livros, às suas palavras, histórias e muitas vezes até ao seu lado mais físico aquece e preenche o coração e a vida de qualquer viciado em livros. Acredito que este pequeno livro irá conseguir fazer isso e ganhar um lugar especial nos vossos corações.

P.S. Atenção que algumas das incursões mais profundas pelos títulos mencionados contém spoilers.

Afonso Cruz é para além de um escritor português, ilustrador, realizador de filmes de animação. Publicou mais de trinta livros entre romances, infanto-juvenis, conto, ensaio, teatro, não-ficção e ilustrou outros tantos. No âmbito da literatura  infantil esta não é nem a sua primeira nem a única incursão, escrevendo bastantes livros para o público mais jovem alguns dos quais chega mesmo a ilustrar. Já conquistou vários prémios tanto a nível literário como da ilustração. A sua mais recente obra é um romance intitulado "Paz Traz Paz" publicado o ano passado.

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Comentários

  1. Tenho imensa curiosidade para ler este livro. Parece uma história deliciosa!!

    Cherry Wine

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    Respostas
    1. É sem dúvida um história muito prazerosa! Leve, mas cheia de sumo das muitas referências por descobrir e que se lê quase num abrir e fechar de olhos. :)

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