E os melhores de 2019 foram...

Ainda não foi em 2019 que consegui completar o desafio do Goodreads em que me propunha a ler 25 livros mas continuo a persistir e vou manter o mesmo objectivo para este ano. O ano passado li apenas 15 livros (menos dois do que o ano passado), num total de 2.857 páginas. O livro mais pequeno que li foi "Para Averiguar do seu Grau de Pureza" de Jacinto Lucas Pires e o maior "Os Maias" de Eça de Queiroz, sendo o mais popular "Cândido ou o Optimismo" de Voltaire e o menos "Pérola" de Arlete Castro.

Gostaria que tivessem sido bem mais, mas foi um ano de algumas distracções e períodos de falta de motivação literária. E gostaria também de ter conseguido trazer muitas mais opiniões e impressões das leituras que fui fazendo mas foi o que consegui. Esperemos que 2020 seja mais produtivo.



O MELHOR DE 2019

Na estreia com o autor deparei-me com uma história surpreendente que pela diferença da sua construção e desenvolvimento me prendeu e fascinou. José Saramago como personagem num romance com outro dentro, o primeiro escrito pela personagem do jovem escritor José que à falta de inspiração para o seu segundo romance acaba por aceitar escrever a biografia de Saramago... mas nem tudo vai parecer o que de facto é. De forma subtil e atempada, vão se estabelecendo as conexões entre as duas narrativas e as revelações vão surgindo de forma surpreendente. Passeamos pelo universo dos escritores e do processo de escrita, apercebemdo-nos da importância da dimensão autobiográfica em cada obra.




OS FAVORITOS

Os Maias de Eça de Queiroz
pelo retrato da vida no Séc. XIX e todos os seus pormenores deliciosos, pela  amizade cúmplice de uma vida entre João da Ega e o protagonista Carlos da Maia, não esquecendo todos os outros amigos que sempre os acompanham e pela autenticidade das personagens
« - Falhámos a vida, menino! 
- Creio que sim... Mas todo o mundo mais ou menos a falha . Isto é, falha-se sempre na realidade aquela vida que se planeou com a imaginação.. Disse: Vou ser assim, porque a beleza está em ser assim. E nunca se é assim, É-se invariavelmente, assado . às vezes melhor, mas sempre diferente »



O Diário Gráfico de Anne Frank
pela história sempre perturbante e  simultaneamente encantadora de Anne, pela expressividade das ilustrações que conferem os rostos à história, por algum humor que consegue arrancar sorrisos e ainda pela revelação de alguns pormenores que não constam no próprio diário.

Cândido e o Optimismo de Voltaire
pelo ritmo quase frenético do desenvolvimento da história com sucessivas reviravoltas e desventuras a acontecerem e a apelarem à reflexão com a contraposição de filosofias que tentavam explicar a vida
« - Trabalhemos sem filosofar - disse Martin -, porque é o único meio de tornar a vida suportável. (...)
- Tudo isto está certo - respondeu Cândido -, mas é preciso cultivar a nossa horta.»




Este blog é um afiliado WOOK /BERTRAND . Ao comprarem através dos banners do blog estão a contribuir também com uma pequeníssima percentagem para a aquisição de mais livros para o reduto do Vício dos Livros na medida em que ganho uma pequena comissão que depois se reverte em vales de compras. Obrigada.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

O Carteiro de Pablo Neruda: Livro vs Filme

Os Filhos da Mãe de Rita Ferro

Amar Depois de Amar-te de Fátima Lopes ou os diferentes caminhos da superação amorosa - OPINIÃO