VÍCIO DOS LIVROS

Não tenho andado muita a par dos novos lançamentos mas houve um com que me deparei há pouco tempo que me despertou a atenção devido ao meu crescente interesse pela figura de Anne Frank. Desde que li o seu Diário fiquei fascinada pela história mas também rendida à própria Anne e à sua personalidade tão madura e à frente do seu tempo. Este livro chegou a Portugal no início deste mês mas foi publicado pela primeira vez em 1987 com o título original de "Recordando Anne Frank: A História da Mulher que ajudou a Esconder a Família Frank" e acabou por ter uma reedição em 2009 a quando das comemorações dos cem anos da autora, Miep Gies. No entanto, ela não é a única autora uma vez que o livro foi escrito a duas mãos em parceria com a jornalista e autora americana Alison Leslie Gold que aborda sobretudo o tema do Holocausto. Miep trabalhava como assistente de Otto Frank, o pai de Anne Frank, e tornara-se íntima da família. Ao longo de 25 meses, ela e o marido mantiveram

CORAÇÃO DE MANTEIGA de Milena Agus Alfaguara Portugal, Junho 2011 (1ª edição 2009) Romance 115 páginas Sinopse Num velho palácio em ruínas na capital da Sardenha, vivem  três irmãs de uma família outrora abastada. A mais velha, Noemi, sonha com os esplendores perdidos, empenhada em reconstruí-los com avareza e teimosia, enquanto a segunda, Maddalena, versada nas artes do Kamasutra e casada com Salvatore, sonha com um filho que teima em não chegar. A irmã mais nova é também a mais frágil - o coração sensível e as mãos desastradas granjeiam a alcunha de "Condessa de Manteiga". Sonha com o amor e é dela o único descendente da família: Carlino, indecifrável terramoto e delicado pianista. «... Elias gosta de mulheres, mas não de emoções arrebatadoras, como por exemplo, sofrer quando Noemi não está. Está melhor se não sente nada de forte e quando Noemi começa a lamentar-se de que ele não a ama o suficiente, é certo que lhe falta o ar e se

«Entre muitas coisas mágicas que existem, uma é observar alguém que se ama a dormir: ao estar-se alheio a olhares e tomadas de consciência, pode-se por instantes segurar-lhe o coração; vulnerável é então que ele é tudo, por mais irracional que pareça, é aquilo que sempre se acreditou que ele fosse, um homem puro, uma criança terna.» «(...) ele agora saber que Clyde Manzer existia; que isso levava Clyde a passar para o estado humano e a existir também. Amortalhara-o na sombra e no segredo durante demasiado tempo, e fizera com que se tornasse maior do que a sua verdadeira dimensão. Fazer com que outra pessoa soubesse retirava-lhe grande parte do mistério e aliviava o receio que sentia de que ele se dissolvesse.» «Todos estes dias. Pensei que me tinhas abandonado - disse ele                                    -Não abandonamos as pessoas, abandonamo-nos a nós próprios - respondeu ela» -